15 de fevereiro de 2009

Próxima paragem Lácio


Foto de Alberto Guimarães

Próxima paragem Lácio. Sinto-me já prestes a aportar no Tirreno enquanto os carros seguem vagarosamente para perto das palmeiras da Foz ou Matosinhos She Moves. Dentro dos carros casais silenciosos que visivelmente se sentem velhos demais e para mim se afiguram muito novos para apenas procurarem a própria dor arejada de que falava Torga em Ar Livre. Crise da meia idade. Crise. Um polícia atento de arma em punho no interior do que foi um lar e onde se espalham destroços. Luz e sombras de Picasso ou Chirico. Luz. No mesmo jornal, Antonio Muñoz Molina escreve sobre a morte lenta de Susan Sontag. Percebo. Porque já não tenho medo do escuro. A partir de ahí el libro es una pesadilla iliminada por una claridad como la que no se apaga nunca en los corredores de las clínicas… Ontem foi sexta-feira 13, hoje namorados transportam desajeitadamente ramos de flores. A miúda em frente a mim diz que não se importa de eu quase lhe ter deitado as flores ao chão. Ela não gosta de flores. Volto ao meu MP3. E me apraz essa ilusão à toa apesar das crianças de Sabra e Chatila. Johnny Alf nos ouvidos. Final de tarde de sábado.

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