Foto de Alberto Guimarães
As janelas
abrem sobre as fontes.
Abrem para o esplendor
dos juncos altos e das dunas,
para a extrema embriaguez
de um corpo nu nas areias.
As janelas abrem para a loucura
da sombra de um lírio entre as pernas.
Abrem para a luz extenuada
e masculina das colinas,
para as águas tresmalhadas,
para a língua em chama nas virilhas.
As janelas abrem para a doçura
da morte prometida nas espadas.
Eugénio de Andrade
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